Divindade é minha composição, assino como Ruth Manoel e me orgulho de conseguir transformar em música esse alerta social de um modo dançante e humanizado. Ao construir esse samba, me conectei ao que já vivi e ao que a sociedade vive, para alertar sobre a oportunidade que temos de nos respeitar, valorizar e crescer no coletivo. Sem vergonha ou medo, pois há espaço para todas as pessoas. Compus essa música para o concurso de uma rádio baiana, mas a música não avançou na seleção e decidi seguir na produção audiovisual, pois acredito no poder de transformação que a letra e ritmo oferecem para o nosso povo. 

A mensagem central do single é de respeito e oportunidade para todas as pessoas, independente de raça, gênero ou classe social. Em meio a tantas desigualdades com pessoas buscando seu espaço, lutando por oportunidades, mas sem terem portas para abrir, porque a sociedade entende que grupos minorizados não devem ocupar certos lugares e, diante de anos de banalização da sociedade que tem fome, que segue sem moradia, sem emprego e virando chacota na mão dos governantes, somado à relatos diários de violência física e moral motivadas pela discriminação racial e normalização do assédio, estupro e objetificação do corpo feminino, a música divindade nasce como um desabafo e chamamento da sociedade para tudo o que estamos vivendo, que não devemos mais aceitar e reforça que estamos aqui e seguiremos firmes para onde quisermos. É um pedido às Deusas, aqui citando Dandalunda / Oxum para nos proteger. Para que nós mulheres possamos ter a nossa segurança preservada e prosperidade em nosso caminho! É um desejo de que possamos seguir nos afirmando na sociedade e que cada dia mais Mulheres, pessoas Negras, pobres, pessoas com deficiência, LGBTQI+ e Idosos possam dizer: E quem disse, não posso, não devo: Eu estou aqui! E seguiremos firmes nessa caminhada, pois nossa ancestralidade segue conosco e não estão dispostos a desistir.